segunda-feira, 20 de julho de 2015

#Wishlist: livros de romance para ler até o final do ano

Fiz uma lista no Skoob, que provavelmente começou no ano passado, sobre alguns livros que gostaria muito de ler. Em geral eu leio o que tiver na minha frente, ainda mais se for um romance, mas estes livros são aqueles que eu gostaria muito mesmo de ter na estante ou no LEV, pra marcar como lido no Skoob depois. Ano passado eu consegui ler quase cinquenta e a lista desse ano já tem 70. Será que eu vou conseguir?! hahhaha.

Esta imagem ilustra alguns dos favoritos e muitos deles eu já baixei pra ler no digital. Como vocês vão ler na listinha, não tem muita conexão entre si, porque tem desde Liev Tolstói até Colleen Houck, o que demonstra perfeitamente bem o quão eclética eu posso ser em questão de leitura. Pra mim é mais uma questão de curiosidade e não muito de popularidade do autor. Se eu vejo uma capa bonita, isso já conta muitos pontos (eu sei, sou meio vendida nessa questão), mas se a história é intrigante de algum modo, não adianta, eu vou levar pra casa. Vou tentar dividir essa parcela da lista do Skoob em gêneros e posts, ok? Vamos à #wishlistromantica de 2015:

 Romance - a primeira coisa que você vai descobrir sobre mim é que eu amo um bom romance. Não pode faltar boas declarações, um ou outro drama para apimentar a história e um desfecho mega romântico. Isso me ilude bastante normalmente, mas o que eu posso fazer né? Costumo pensar que todas essas autoras tiveram com certeza alguém pra se inspirar, mesmo que a história não tenha dado certo (como é o caso da Jane Austen, por exemplo). E pra encher a vida de bons suspiros, lá vem os tópicos:

  • Captain Wentworth's Diary: não tem título ainda em português, mas sei que a autora, Amanda Grange, está lançando a versão na Brazuca do diário do nosso amado Darcy. Esse livro conta basicamente a versão de "Persuasão", da Jane Austen, pela visão do personagem principal masculino, o Capitão Frederick Wentworth. Pessoalmente é um dos meus livros favoritos dela, já contei aqui antes, então eu morro de vontade de saber como ele se apaixonou pela Anne. 
  • Henry Tilney's Diary: a mesma coisa de cima. Amanda Grange não lançou ainda em português, mas esse eu faço questão de tentar ler em inglês mesmo. O Henry é de longe um dos meus homens favoritos da literatura. Bem humorado, com um pinguinho de sarcasmo e muito charmoso. E, pra ser sincera, a dúvida universal acaba sendo como ele foi se apaixonar pela Catherine, uma menina tão avoada e nova que às vezes você se pergunta como a paixão aconteceu (isso não fica muito claro pra mim no livro, pelo menos). A versão deste e do livro de cima em inglês é razoavelmente cara, então é legal esperar lançar por aqui para ver se o preço baixa. Tudo o que eu sei é que o diário do Darcy vem pro país pela editora Pedrazul e ainda está em pré venda pelo site. (R$ 40 reais, acho que vale muito a pena né?) 
  • Bruxa da Noite e Feitiço da Sombra: novos romances (série) da Nora Roberts, precisa dizer mais? Eu sou fissurada por essa mulher e escrevendo como J.D. Robb ou não, ela sempre arrasa. Como sempre, a história se passa na Irlanda e tem um clã poderosíssimo no meio. Acho demais que estes elementos sempre existam nos enredos da Nora, e são igualmente importantes pro desfecho da história. Eu amo demais a forma na qual a maioria dos romances que ela cria são selvagens, instintivos e quase brutais. Tudo é muito impulsivo, cheio de amor e vida. É disso que eu gosto de ler, e sempre que eu estou precisando de uma dose de história bonita, sempre corro pros livros dela. Essa série conta também com magia, coisa que gosto muito, então vou correndo pra ler. 

  • Para todos os garotos que já amei: bom, vamos lá. Normalmente eu passo longe de livros que me parecem bobinhos demais e com capas meio clichês, mas a sinopse me encantou pra caramba. Quer dizer, é praticamente a história da minha vida com algumas modificações óbvias! O livro conta a história de Lara Jean, que guarda suas cartas de amor escritas por ela mesma em uma caixa que ganhou da mãe. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar. Juro que fiquei curiosa ao extremo e quero muito saber o que vai acontecer quando os caras lerem as cartas. Tenho um tumblr desde 2012, acho, e faço exatamente a mesma coisa que a Lara. Todos os caras que já passaram pela minha vida ganharam um texto e alguns deles já leram essas "cartas", mas não foram experiências ruins. Vou ler o livro e conto como seria se isso acontecesse comigo, porque eu realmente fiquei intrigada!
  • Loucamente Sua: autora de Chick Lit que ainda não li!!! A Rachel Gibson tava na minha lista do LEV há anos, juro. Li todos os da rainha do gênero, Sophie Kinsella, e deixei ela por último, mas com certeza vou querer me divertir lendo o "Loucamente Sua", porque se tem uma coisa que livros "Chick Lit" são, o adjetivo correto seria hilários. Pra quem gosta de ler algo que tenha a ver com o drama feminino moderno, o gênero cai bem e existem inúmeras autoras que representam bem o papel no cenário literário. O livro da minha wishlist conta a história da cabeleireira Delaney, que volta para sua cidade natal por conta do funeral de seu padrasto Henry. Em uma cláusula do testamento, ela se vê obrigada a ter que passar um ano inteiro na cidadela e não ter nenhum contato sexual com o filho bastardo de Henry. Para divertir um pouco mais a história, já sabe-se logo de cara que, há dez anos atrás, rolou uma paixonite grande entre os dois, e mesmo sabendo que o cara é um mulherengo, a proximidade dos dois reacende a chama. Quero muito ler pra saber se ela vai resistir!
  • Série "Clã MacGregors": sei que é terrível dizer isso pra uma leitora fã de Nora Roberts, mas e nunca li a série mais famosa dela! Quero muito, demais e desesperadamente conhecer essa família enorme e cheia de romances arrebatadores. Pra resumir e pelo pouco que sei, parece que o avô desse clã é tipo um casamenteiro. Mas não são todos os filhos e netos que tem o dedo dele no meio dos casamentos, então são ao todo dez livros pra conhecer todas as formas que a Nora achou para casais se apaixonarem. Normalmente não tem muito o que contar sobre sinopses assim, né? Prometo que vou fazer resenha, mas já adianto que os livros são famosos desse jeito porque são realmente bons romances. 
  • A guardiã dos segredos do amor: Kate Morton, não desisto de você. Ainda estou cozinhando um dos livros (As Horas Distantes), mas vou ler junto com este. A guardiã dos segredos do amor, tem início quando a jovem Laurel Nicolson testemunha um crime que desafia tudo o que ela sabe sobre sua mãe, Dorothy. Quinze anos depois, Laurel decide passar a limpo o episódio, mergulhando numa história fascinante de mistérios e segredos do passado, assassinato e amor. Perfeito para fãs de clássicos romances femininos e de época, vale a pena!
Os outros livros e gêneros vou dividindo em posts, mas essa é basicamente uma listinha dos principais romances que pretendo ler neste ano!




sexta-feira, 10 de julho de 2015

Resenha "A Abadia de Northanger" - Jane Austen


Voltei depois de muito tempo de sumiço para escrever sobre uma das minhas autoras favoritas e minha musa inspiradora quando escrevo qualquer tipo de coisa. Ganhei um box lindo da L&PM com alguns dos "principais" livros da Jane Austen de presente das minhas amigas e comecei por "A abadia de Northanger" porque sinceramente não tinha visto nada sobre esse livro ainda. E nossa, como eu me surpreendi! Um dos meus preferidos é sem dúvida nenhuma "Persuasão", porque de todos os tipos de narrativa de romances possíveis, acho que é o mais bonito (sim, quando leio, sou uma romântica sem limites, me culpem). Mas prometo que farei uma resenha depois, hoje é dia de falar sobre esse livro que, segundo alguns críticos e com certeza propositalmente por parte da autora, é uma comédia satírica. Meu propósito no Blog não é muito entrar em discussão sobre o olhar crítico das narrativas que eu leio, então não pretendo entrar nos pormenores, mas "A Abadia de Northanger" entra na categoria dos que trazem várias questões sobre certos costumes da época. E para quem gosta de ler Jane Austen, sabe muito bem (ou fica sabendo agora) que ela gostava de criticar sutilmente a sociedade do séc. XVIII, pois em todos os seus enredos há ironia em algum hábito da época - principalmente acerca do casamento e questões relacionadas ao comportamento feminino. 

Bom, neste não há diferença. Somos apresentados à jovem Catherine Morland e sua família, que assim como os Bennet, de "Orgulho e Preconceito", é grande e relativamente pobre. Já começamos com o diálogo bem humorado dos pais e da própria autora, que ao descrever a nossa heroína, pintam a jovem Catherine como uma criança "espoleta" e pouco amiga dos bons modos, mas que, por sorte, começa sua mocidade com hábitos dignos de uma garota e se torna, aos olhos dos pais, "uma menina engraçada, quase bonita". Só por este começo já sabia o que me esperava nas páginas a seguir: bom humor e um enredo leve, fluído. Vi algumas resenhas que diziam que o livro não prende a pessoa, mas é porque o romance só seja um dos planos que a autora coloca em cheque. Ainda bem que não é tão superficial assim. Bem, Catherine, que começa a tomar muito gosto por literatura, principalmente pelos livros de Ann Radcliffe (ela realmente existiu, e foi uma autora de romance gótico muito conhecida na época. Dizem que "A Abadia de Northanger" é uma sátira à estas publicações), é convidada a sair do campo e ir com seus tios, os Allen, para Bath. Ah, a famosa Bath! Leitores de Austen sabem o quanto esta cidadela é frequentemente incluída nos livros, e não é por menos. Vejo como um lugar onde nossas personagens favoritas são introduzidas à sociedade, muitas vezes por por seus parentes ricos e refinados. Não sei muito bem se era mesmo um costume da época, porque não fui à fundo, mas há um certo padrão quanto à isto nos livros da Jane. Enfim, Catherine vai à Bath e a primeira coisa que ela e sua tia fazem é se prepararem para ir à um baile. Primeiro ponto: a sra. Allen me pareceu uma pessoa muito fútil, mas de forma avoada. Ela só se preocupa com assuntos relacionados à roupas, agora já não sei se é porque não sabe mais falar sobre outra coisa ou se porque é fútil mesmo, porque em certas ocasiões ela se mostra muito amorosa e preocupada em relação à sobrinha. No baile, as duas se lamentam muito pelo fato de não conhecerem alguém - já que naquela época você não podia se apresentar formalmente à ninguém caso outra pessoa não fizesse isso - , mas acabam por sorte esbarrando com um tal de Henry Tilney que já cai rapidamente nas graças da sra. Allen porque conhece alguma coisa sobre musselinas. Agora que foram apresentadas ao sr. Tilney, puderam aproveitar o resto da festa com a companhia dos acompanhantes do cavalheiro, a sra. e a srta. Thorpe. Isabella Thorpe e Catherine se tornam tão amigas quanto as horas do baile lhes permitem e dessa amizade não sai coisa muito boa. Nossa heroína é tão ingênua que por vezes não consegue ver maldade nos outros, sendo considerada por muitos leitores uma das mais bobas heroínas descritas por Austen. 

Mas vejam bem, "A Abadia de Northanger" é um dos primeiros livros dela, publicado só depois de sua morte. Não acho que ela tivesse atingido sua maturidade como escritora nesta publicação, mas de um todo o livro é muito envolvente. Catherine dança com Tilney no baile e descobre que ele é um clérigo e que não mora em Bath, está só de passagem. Mesmo assim os dois logo se afeiçoam, pois ele gosta de provocá-la e por sorte, ela "cai" em todas as suas brincadeiras. O personagem dele é de longe um dos meus favoritos, se não o que mais gosto. Henry é divertido e irônico até dizer chega, além de ser muito bonito e carismático. É o tipo de cara que em qualquer situação conseguiria se dar bem com as pessoas à sua volta, já que não tem muito como "fugir" da educação dele que se torna, em muitos momentos, cativante. Quem não gostaria de um cara desses na vida real, né? 


Infelizmente, nossa heroína e sua amiga inseparável, Isabella Thorpe, acabam se encontrando durante um passeio matinal, com seus respectivos irmãos, James Morland e John Thorpe. Diferentemente do nosso irresistível Tilney, Thorpe é um desses caras que, se Austen escrevesse livros sobre romances da nossa época, seria aquele que só fala sobre carros e sobre si mesmo. Ele também aproveita o fato de que Catherine é extremamente ingênua e abusa disso em diversos momentos do livro. James se apaixona por Isabella que, por achar que ele é um homem rico, corresponde de forma esnobe às investidas e por conta disto arrastam Catherine para todos os passeios possíveis para que os dois possam ficar juntos e John possa cortejar a menina. Neste ponto também vejo o quanto a ingenuidade da personagem à levou para as piores companhias. Quer dizer, os Thorpe em nada são boas amizades, nem mesmo a mãe que é igualmente interesseira. John não sabe ser menos chato e Catherine sofre com suas manipulações, que por algumas vezes lhe trouxeram situações desagradáveis com os seu tão querido Henry Tilney. Em uma dessas situações, Catherine já fez amizade com a srta. Tilney e já conheceu de vista o Coronel Tilney, o pai arrogante e com ares de superioridade. Por conta de John, um passeio foi cancelado sem explicações com os irmãos Tilney, e eles se reencontram no Teatro em Bath, onde Catherine tem a chance de se desculpar. Para se gabar da companhia, John faz o Coronel Tilney crer que Catherine é uma moça muito rica e que terá uma renda enorme se casar com qualquer moço que a faça tal proposta. O coronel, que assim como os Thorpe é interesseiro e desprovido de emoções, logo vê na moça muitas chances e a convida para ir com eles para a Abadia de Northanger. 

Acho que é mais ou menos neste ponto da história que as sátiras de Austen em torno dos romances góticos da sra. Radcliffe se tornam mais intensos. Vamos dizer que Catherine é aficcionada por Udolpho, um dos livros da autora, e que ele cria asas para a imaginação fértil da moça. Eu me identifiquei muito com ela, pois às vezes quando leio algum livro de fantasia consigo me "teletransportar" para aquele mundo e imaginar coisas relacionadas à ele no cotidiano, e Catherine age exatamente assim, só que de forma um pouco mais problemática. Acontece que abadias, como as lendas as tornaram, são consideradas assustadoras e assombradas. No caminho para Northanger, Henry provoca Catherine contando histórias absurdas sobre assassinatos e vampiros na casa, que aumentam ainda mais a imaginação irreverente dela. Na casa, Catherine começa a desconfiar que o Coronel tem alguma coisa ver com a morte da esposa, mas... Será que isso realmente aconteceu ou é só fruto das leituras frequentes que ela faz? Isto é basicamente o motivo da briga "clímax" do casal Tilney-Morland e logo após este episódio, Catherine é tirada às pressas da abadia, porque o Coronel descobriu que ela não era rica como haviam lhe contado. De volta ao campo e sua casa, Catherine se vê mais madura: agora descobriu o que um livro pode fazer e pode tirar dela, assim como gostar de alguém rico também se torna um fardo. O final é realmente um desfecho que todos podiam esperar, considerando todos os finais dos livros da Jane. Mas o mais legal é a relação entre o casal principal, que sobrevive às investidas más dos Thorpe e do Coronel, bem como à ingenuidade da própria personagem. 

Muitos se perguntam como Henry se apaixona pela abobada Catherine, mas acho que é exatamente esta característica que o chama a atenção. Catherine é cativante também porque não percebe o que pensam sobre ela, então seu jeito é absolutamente autêntico, e portanto, encantador. Acho que a combinação de personalidades neste livro é tão boa quanto em "Orgulho e Preconceito", mas sou suspeita, já que (me julguem) eu prefiro Tilney ao sr. Darcy. 


Esses gifs são do filme que foi produzido em 2007, com a Felicity Jones. Assisti-o logo após ler o livro, e não encontrei motivos para reclamar. Enfim, vale muito a pena se jogar em algum livro da Jane, e para começar, "A Abadia de Northanger" é bastante eficaz para introduzir qualquer um que não queira ler o seu "best-seller" em primeiro lugar. Amor é amor, né gente? Não importa se você é a Elizabeth ou a Catherine, no fim das contas vejo que Jane Austen sempre buscava encontrar as saídas para os obstáculos na vida amorosa de seus personagens, como - acho eu - gostaria de ter feito em sua própria (mas isso é assunto para outro post). Assistam e leiam! Tem o filme completo no Youtube, vale a pena. 

ISBN-13: 9788525424648
ISBN-10: 8525424641
Ano: 2011 / Páginas: 272
Idioma: português 
Editora: L&PM